A obesidade é uma doença crónica multifatorial caracterizada por uma acumulação anormal ou excessiva de gordura e representando um risco para a saúde. Esta patologia é o fruto de um balanço energético positivo constante durante um longo intervalo de tempo, isto é, um desequilíbrio entre as calorias que são ingeridas e aquelas gastas pelo organismo. É considerada um problema de saúde pública mundial, sendo um fator de risco associado, não só ao desenvolvimento, mas também ao agravamento de diversas doenças crónicas não transmissíveis.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 16% da população mundial adulta sofra de obesidade, sendo que o excesso de peso, a obesidade e as doenças crónicas não transmissíveis relacionadas com a alimentação tornaram-se uma das principais causas de morte precoce e de incapacidade. Em Portugal existe uma prevalência de excesso de peso de 67,6% e de obesidade de 28,7%, entre indivíduos com idades compreendidas entre os 25 e os 74 anos.
Tanto a obesidade, quanto o excesso de peso são os principais fatores de risco para várias doenças crónicas, incluindo, doenças cardiovasculares, doenças metabólicas, do sistema pulmonar, do aparelho gastrointestinal, entre outras.
Para além de todas estas consequências, a obesidade também pode levar a alterações socioeconómicas e psicossociais, como a discriminação educativa, laboral e social, e consequente isolamento social, depressão e perda de autoestima.
Abordagens de combate à obesidade
A primeira linha de tratamento no caso da obesidade concerne a uma terapêutica dietética e nutricional, nomeadamente a adoção de hábitos alimentares saudáveis, como o consumo de alimentos ricos em fibras: frutas, vegetais, cereais integrais, preferência pelas carnes brancas, o consumo peixe pelo menos 3 vezes por semana, ingestão de 1,5L a 2L de água diariamente e a evitação do consumo de bebidas alcoólicas e de alimentos ricos em gorduras e açúcar.
Existem diversas estratégias que podem ser úteis no processo de perda de peso, das quais:
• Incluir sempre sopa antes do prato principal;
• Integrar alimentos ricos em proteínas em todas as refeições (por exemplo, consumir ovos ao pequeno-almoço e iogurte ou queijo magro aos lanches);
• Adicionar fontes de fibra, como aveia, 1 colher de sobremesa de chia ou linhaça aos iogurtes, de forma a promover uma maior saciedade;
• Priorizar alimentos com baixa densidade calórica (consumir saladas com folhas verdes às refeições, optar por snacks de vegetais aos lanches, como palitos de cenoura ou pepino);
• Preferir métodos de confeção “tipo” mediterrânico, utilizando ingredientes com baixo teor de gordura e controlando a gordura nos cozinhados (cozidos, salteados, estufados, assados e grelhados);
• Enfatizar o consumo da fruta fresca, em detrimento dos sumos de fruta naturais;
• Comer devagar e saborear cada porção;
• Evitar distrações como a televisão e o telemóvel durante as refeições, priorizando a socialização à mesa;
• Não colocar na mesa travessas;
• Deixar a mesa assim que terminar a refeição.
Para além disso, uma alimentação saudável aliada à prática regular de exercício físico ajudam a manter um peso saudável e a reduzir o risco de doenças cardiovasculares. A OMS aconselha a prática de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.
De acordo com o grau da doença, poderá ser necessário ainda o tratamento farmacológico ou cirúrgico mediante indicação médica.
Realizado pelos alunos estagiários de Dietética e Nutrição da Universidade do Algarve, Carolina Faria n.76569 e Eduardo Pedro n.72355
sob a orientação das nutricionistas Victoria Ursu 5947N e Marina Augusto Estevão 0365N.